Metal (aço)

O aço é um dos mais antigos materiais recicláveis. Na antigüidade, os soldados romanos recolhiam as espadas, facas e escudos abandonados nas trincheiras e os encaminhavam para a fabricação de novas armas. Conta-se que a lata teria sido inventada a pedido de Napoleão Bonaparte, para que seus soldados pudessem levar alimentos para as guerras, sem problemas de conservação. Outros dizem que o alimento enlatado surgiu na Inglaterra, em 1800.

Nos Estados Unidos, os esforços pela coleta seletiva das latinhas começaram na década de 70, com o advento dos programas de reciclagem. No Brasil, foi criado em 1992 o Programa de Valorização da Embalagem Metálica (Prolata), com o objetivo de estimular o consumo, coleta e reciclagem desse material. Em 2003, com a criação da ABEAÇO – Associação Brasileira das Embalagens de Aço, as atividades do Prolata foram incorporadas às ações do Comitê de Meio Ambiente da ABEAÇO. Em 2002, duas iniciativas vieram somar os trabalhos Prolata/ABEAÇO, a primeira delas, Reciclaço, programa do Grupo CSN criada com o objetivo de estimular a coleta e reciclagem das embalagens de bebida em aço, e a segunda, o Programa CSN Embalagem de Aço e Meio Ambiente, que visa potencializar o critério ambiental das embalagens de aço através do desenvolvimento de pesquisas e projetos voltados à comunidade.

No Brasil, assim como no resto do mundo, o mercado de sucata de aço é bastante sólido, pois as indústrias siderúrgicas precisam da sucata para fazer um novo aço, ou seja, cada usina siderúrgica é uma planta de reciclagem e necessita de aço pós consumo.

O principal mercado associado à reciclagem de aço é formado pelas aciarias, que derretem a sucata nos altos fornos e transformam-na em novas chapas de aço. O interessante é que o aço para reciclagem não precisa ser totalmente livre de contaminantes, já que o próprio processo é capaz de eliminá-los via escória.

Em 2010, foram produzidas 33,3 milhões de toneladas de aço bruto no país, dentro deste montante, 604 mil toneladas foram de folhas de aço para embalagens. Cerca de 10,2 milhões de toneladas de sucatas foram utilizadas para a produção de novo aço, valor correspondente a 30,6% do aço produzido no Brasil.

O aço é o material mais reciclado do mundo, sendo que em 2010 foram recicladas cerca de 424 milhões de toneladas no planeta. O incremento da coleta seletiva desse material estimula o aumento da demanda de empregos e equipamentos de separação, como os eletroímãs.

As latas de aço, produzidas a partir de chapas de aço tem como principais características a resistência, inviolabilidade e opacidade. São compostas por ferro e uma pequena parte de estanho (0,20%) ou cromo (0,007%) – materiais que protegem contra a oxidação e preservam por mais de dois anos alimentos, bebidas e produtos químicos.O aço é 100% reciclável, podendo voltar a cadeia infinitas vezes sem a perda de características mecânicas do material.

O aço pós consumo destinado a reciclagem não precisa ser separado por cor da embalagem ou tipo de revestimento, pode ser destinado a siderúrgica para beneficiamento com até 5% de impurezas. Quando reciclado, volta ao mercado em forma de automóveis, ferramentas, vigas para construção civil, arames, vergalhões, utensílios domésticos e outros produtos, inclusive novas latas. No Brasil, são consumidas cerca de 1 milhão de toneladas de latas de aço por ano, o equivalente a 3,67 quilos por habitante. Nos Estados Unidos, o consumo anual é de 10 quilos por habitante/ano. Assim, 49% do total das latas de aço consumidas no Brasil em 2010 foram recicladas, incluindo 82% reciclados de latas de aço para bebidas (latas de 2 peças).

Cerca de 300mil toneladas de latas de aço pós consumo retornam para o processo de reciclagem no país. Este índice vem aumentando graças à ampliação de programas de coleta seletiva e educação ambiental. Hoje alguns programas estimulam a reciclagem do aço pós-consumo, dentre eles o RECICLAÇO, programa de reciclagem pós-consumo de latas de aço para bebidas, criado pela Cia Metalic Nordeste. No Brasil, 5% das latas para bebidas são de aço, sendo que a maior participação está no Nordeste, que detém 46% do mercado.

Com a necessidade de incentivar a coleta seletiva criou-se a iniciativa em 2001 que permitiu à embalagem de aço para bebida atingir o índice de 88% de reciclagem contra os 27% iniciais. Esse índice é auditado anualmente por empresa independente.

No índice geral de 49% incluem-se latas de alimentos como ervilha, milho e sardinha, bebidas, tintas, massa corrida e produtos químicos. Também estão incluídas no índice as tampas de aço pós consumo. Na Europa, países como Reino Unido, Polônia e Portugal reciclaram respectivamente para o ano de 2009 : 60% , 48% e 48%.

Fonte: CEMPRE – WWW.cempre.org.br

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Dr. Edison Ferreira da Silva

  • Direito – Universidade Braz Cubas – UBC
  • Administração – Faculdade de Administração Alvares Penteado – FAAP
  • Administração Hospitalar e Gestão de Saúde – Fundação Getúlio Vargas – FGV
  • Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Saúde – Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Fundação Getúlio Vargas – FGV
  • Gestão e Tecnologias Ambientais – POLI/USP

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