Aptidões e Habilidades após Pandemia

Já algum tempo em minhas aulas e até mesmo em palestras que descrevo o que é um Hospital, classifico-o como sendo o seguimento mais complexo de Organização e Administração. Esse discurso descreve que inexiste nesta atividade de assistência e de prestação de serviços de saúde uma visualização de que um organograma descreve todo processo de Hierarquia, Comando, Atividades etc. de uma empresa.  No entanto no Hospital em meu entendimento, trabalha com uma série de satélites em volta de um  epicentro chamado PACIENTE. Desta forma, cada um destes satélites são responsáveis por desempenhar seu objetivo e papel para este cliente. Neste sentido cada um destes satélites são um negócio e possuem objetivos distintos com suas atividades, habilidades e  objetivos. Obviamente todos agregados ao objetivo maior que é o atendimento a saúde. Assim a Farmácia trabalha para o paciente, Nutrição o mesmo, Manutenção, Recepção, Serviços de Apoio, Estacionamento,  etc. Demonstra-se que cada um destes “negócios” possui atribuições, habilidades e resultados para sua organização desempenhar seus papéis e encontrar seus objetivos.

Para harmonizar este contexto descreve-se que Aptidão é a capacidade e estar apto é realizar uma tarefa de forma correta, seja esta através de esforço físico ou intelectual. Já a Habilidade adquire-se para demonstrar e desempenhar um determinado papel ou função. A Competência significativamente mais ampla, consiste em coordenar as habilidades diante dos conhecimentos e atitudes tomadas no decorrer de um período

Diante ainda deste cenário até então exposto, acresce-se a recomendação da Organização Mundial da Saúde – OMS que define que há 3 (três) níveis de atenção a saúde – Primário, Secundário e Terciário.

Essas categorias seguem uma ordem crescente para garantir que cada paciente seja atendido no nível que corresponde, estabelecendo-se assim uma prioridade no acolhimento. Entender em qual conjunto cada usuário se encaixa, possibilita o haver investimentos em estratégias de melhoraria a prestação de serviços de saúde.

O estágio de casos simples ou de menor complexidade, considerado baixo qualifica-se como Primário. Por outro lado, secundário é quando há necessidade de avaliações específicas e de especialidades médicas. Neste sentindo devemos não deixar de levar em conta que há equipamentos e a infraestrutura são compatíveis com a demanda, bem como  os profissionais possuem o suporte adequado para realizar intervenções em doenças agudas ou crônicas, além de atendimentos emergenciais. Por fim o Terciário tem por objetivo garantir os procedimentos de manutenção dos sinais de vida dos pacientes , utilizando da tecnologia, em conjunto com aptidões e habilidades da medicina e equipes multidisciplinares sendo todos com objetivo de prestar cuidados de assistência a saúde desde o nascimento ou morte de uma vida.

Pois bem um Surto acontece de maneira  inesperada em determinados casos específicos de uma enfermidade, já uma Epidemia é quando existem surtos em várias regiões podendo estender-se para uma territorialidade maior e preocupante. Assim uma Pandemia já se direciona em uma escala de gravidade  cuja constatações de cenários são diversas e estende-se de maneira mundial  e espalha de maneira preocupante a população do planeta.

Todas as exposição ora elaboradas são factíveis para identificar como as estruturas governamentais, organizações de saúde e os profissionais irão observar no futuro quais são os aprendizados de Aptidões e Habilidades após Pandemia.

Iniciando-se pelo Governo, observa-se que o Sistema fragilizado para atendimento universal de um Sistema Único de Saúde – SUS depende de um olhar importante para que seja realizado seu papel e suas garantias, face a ausência de levantamentos epidemiológicos correto, investimentos tecnológicos e custeio.

Para os entes de prestação de serviços de saúde devem observar quais suas atuações no sistema, quais são suas potencialidades e aptidões agregadas  as habilidade para sobreviver em um processo cuja realidade de querer fazer tudo não é viável para a sobrevivência.

Por fim, qual será o aprendizado que as equipes multidisciplinares podem colher com estes momentos de flagelo. O ambiente hospitalar é um dos mais sinistros meios de convivência de pessoa, estas não conversam entre si, multiplicam conhecimentos de maneira rara, com receio e a impressão de perda do emprego. As convivências de período noturno com a equipe da manha e vespertina se quer sabem que existem ou mesmo são da mesma “família” para o bem geral do objetivo. A maior dificuldade de um Administrador hospitalar é capacitar as pessoas, vez que as rotinas, fluxos sobrevivem em apenas 30 (trinta) dias, depois devem ser reiterados e multiplicados constantemente.

O ser humano que é responsável por identificar os meios de sua sapiência de recomendações, compromissos, responsabilidades ainda está longe de entender que são os fatos que demonstram aprendizados de nossos atos.

 

Edison Ferreira da Silva

dredisonfs@uol.com.br

 

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Dr. Edison Ferreira da Silva

  • Direito – Universidade Braz Cubas – UBC
  • Administração – Faculdade de Administração Alvares Penteado – FAAP
  • Administração Hospitalar e Gestão de Saúde – Fundação Getúlio Vargas – FGV
  • Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Saúde – Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Fundação Getúlio Vargas – FGV
  • Gestão e Tecnologias Ambientais – POLI/USP

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