A primeira santa casa do mundo foi criada em 15 de agosto de 1498, em Lisboa, tendo patronesse a rainha Leonor de Lencastre, originando a “Confraria de Nossa Senhora de Misericórdia”. Neste mesmo ano, foram fundadas dez filiais, sendo oito em Portugal e duas na Ilha da Madeira. Da longeva Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, por Frei Miguel Contreiras com apoio a rainha D. Leonor passou a dedicar-se aos doentes e pobres. Saliente-se que no Brasil a Santa Casa de Santos em 1543 seguido pela Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São Paulo são as primeiras instituições hospitalar do país.
Neste cortejo a misericórdia reflete o despertado pela desgraça ou miséria alheia, cuja origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). Destaca-se o Compromisso de Misericórdia de Lisboa que composto de 14 obras de misericórdia, descrevia sete delas espirituais – ensinas os simples, dar bons conselhos, castigar os que erram, consolar os tristes, perdoar as ofensas, sofrer com paciência, orar pelos vivos e pelos mortos e sete corporais, visitar os enfermos e os presos, remir os cativos, vestir os nus, dar de comer aos famintos e de beber aos sedentos, abrigar os viajantes e enterrar o mortos
Da quantidade de hospitais no Brasil 1845 são entidades filantrópicas, sendo que aproximadamente 170 mil leitos e 26 mil UTIS estão instaladas nos hospitais filantrópicos do Brasil e em alguns municípios só existe um equipamento de saude que está a disposição a Santa Casa local para a população. Em São Paulo estamos falando 400 hospitais filantrópicos com aproximadamente 47.000 leitos a disposição da população e prestando serviços ao SUS. A realidade é que a população não mais consegue custear planos de saúde, a população idosa cresce, a rede de hospitais particulares cresce em circunstância do negócio e não da assistência a saúde.
O processos de regulação são carentes para atender as demandas regionais e as enfermidades e pandemias crescem e emerge a população que procura assistência no SUS e as Santas Casas dentro de seus princípios cresce em demandas com ausência de custeio suficiente para cumprir sua função social.
Nos tempos de evolução humano face seu conhecimento e mudanças constantes da tecnologia, saúde continua conceitualmente como sendo aquele difundido pela Organização Mundial de Saúde – OMS um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. No entanto onde e como fazer sensibilizar o poder público em todas as esferas públicas diante da realidade social e econômica de um país que possui um dos maiores sistemas de saúde do mundo e não corresponde à realidade do povo brasileiro.
Os sistemas de políticas públicas encontram-se ancorado em interesses políticos e corporativos, onde a saúde é um mero fator de despesa na economia e não uma área de salutar importância para sobrevivência de seres humanos.
A aumento de despesas como aumento do Piso de Enfermagem, fechará inúmeros Santas Casas e PEC 120/22 garante um novo Piso Salarial aos Agentes Comunitários com despesas enorme à União e um alerta a atenção básica para os levantamento epidemiológico da população, precarizado por ausências de recursos aos municípios. Obviamente sem falar na ausência de atualização da tabela do SUS , vem corroborar a promiscuidade política, cabide eleitoral e não reconhecer a necessidade da população pela prestação de serviços de saude. Neste contexto ter compaixão do coração significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. Por tais razões no dia 15 de agosto comemora o dia nacional das Santas Casas e que pede a muito a Misericórdia
Edison Ferreira da Silva