O Brasil lidera o índice de rotatividade de funcionários em todo o mundo, com uma taxa alarmante de 56%, segundo um estudo realizado pela Robert Half com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Esse número não é apenas uma estatística preocupante, é um reflexo de uma das maiores causas da perda de produtividade no país. Embora o turnover seja um tema frequentemente abordado por economistas, especialmente no contexto industrial, é crucial que ele se torne uma prioridade central nos departamentos de Recursos Humanos (RH) de todas as organizações.
A rotatividade de colaboradores é muitas vezes tratada como um fenômeno normal e inevitável. No entanto, precisamos enxergar o turnover para além da sua espontaneidade, sob uma nova ótica: uma questão que pode impactar negativamente nossa economia. Quando falamos de turnover, estamos nos referindo a um fenômeno de grupo. Quanto mais pessoas deixam uma organização, mais outras tendem a seguir o mesmo caminho, criando um ciclo vicioso de insatisfação e abandono.
Para entender o quão grave é a situação no Brasil, é essencial contextualizar o índice de turnover. Com uma taxa anual de aproximadamente 50%, a cada dois anos, 100% da população economicamente ativa está trocando de emprego. Isso desestabiliza as empresas, prejudicando o aprendizado de médio e longo prazo que são fundamentais para a inovação e a solução de problemas. Sem esse conhecimento acumulado, a capacidade da economia brasileira de crescer se torna limitada. Menos renda e melhora da qualidade de vida, portanto.
A rotatividade ideal para uma organização saudável deve ficar abaixo de 10%. Este é o ponto em que é possível construir conhecimento, inovação e performance sem sacrificar a estabilidade da empresa. O desafio para os RHs é grande, mas garanto que a recompensa é ainda maior.
Acesse o link
https://rhpravoce.com.br/colunistas/precisamos-falar-sobre-turnover-pelo-bem-do-pais/