Diante da rápida evolução da inteligência artificial, as empresas vêm sendo confrontadas com uma questão fundamental: será que a IA vai aprimorar nossas capacidades humanas ou vai ameaçar a nossa existência? Ou, será, talvez, que ela vai fazer as duas coisas ao mesmo tempo?
Quando usei o ChatGPT pela primeira vez, minha reação foi uma mistura de ceticismo e curiosidade. Os riscos eram altos – a IA seria mesmo capaz de igualar ou até mesmo superar a compreensão cheia de nuances e as habilidades de resolução de problemas de uma profissional de RH experiente?
Impulsionada por uma mistura de medo e fascínio, minha equipe – composta por especialistas em RH com uma média de mais de 18 anos de experiência – decidiu colocar o ChatGPT à prova. Nosso objetivo era claro: avaliar se a IA era capaz de lidar com as questões complexas e muitas vezes delicadas inerentes à área de recursos humanos, desde as questões de legislação até as relações com os funcionários.
As implicações dessa investigação foram significativas: se a IA pudesse, de fato, igualar a proeza de um especialista em RH, ela poderia transformar a forma como o setor opera no futuro.
Começamos esse trabalho conduzindo um experimento de seis semanas em 2023, nos EUA. Usando as versões 3.0, 3.5 e 4.0 do ChatGPT, nós as testamos em quatro áreas de conformidade de RH: Lei de Normas Trabalhistas Justas (FLSA, na sigla em inglês), Lei de Licença Médica e Familiar (FMLA), Lei dos Americanos Incapacitados (ADA) e vários aspectos de imigração.
Projetamos situações de teste que variavam desde transparência salarial a políticas complexas de demissão e licença de funcionários. Cada versão de IA foi avaliada por nossos especialistas quanto à precisão, relevância, consistência, concisão, parcialidade e aplicabilidade.
Os resultados iniciais foram esclarecedores e mistos: o GPT-3 apresentou dificuldades substanciais. Ele carecia de detalhes e nuances essenciais para o RH, especialmente em cenários legalmente sensíveis. Isso deixou clara uma limitação importante da IA: a falta de compreensão profunda e de percepção contextual que os profissionais de RH humanos, esses sim, trazem para situações complexas.
Esses experimentos ressaltaram um aspecto essencial: a importância de manter os humanos no circuito. A conversa em torno da IA geralmente se concentra no medo do desemprego, especialmente para aqueles que desempenham funções voltadas para o atendimento ao cliente. Mas nossa experiência mostrou que a IA é melhor usada como um agente de aperfeiçoamento, e não como um substituto.
Nossos especialistas em RH puderam aproveitar a IA para lidar com consultas de rotina, permitindo que eles se concentrassem em interações mais complexas e de mais valor, que exigem empatia e julgamento humanos.
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